Na noite desta quinta-feira, 15 de maio de 2025, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) protocolou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade. A solicitação foi apresentada no âmbito da ação que discute a legitimidade de acordos firmados entre o Ministério Público e entidades esportivas .
Na petição, a defesa de Ednaldo Rodrigues argumenta que, caso o STF não acolha o pedido de nulidade da decisão do TJ-RJ, seja respeitado o estatuto da CBF, que prevê que o vice-presidente mais idoso assuma a presidência em caso de vacância. Nesse cenário, Hélio Menezes, atual vice-presidente mais velho, assumiria o comando da entidade .
A defesa também solicitou que o desembargador Gabriel Zéfiro, responsável pela decisão que afastou Ednaldo, seja informado com urgência sobre o pedido ao STF e que o TJ-RJ se abstenha de proferir novas decisões que interfiram na gestão da CBF enquanto estiver em vigor a liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, que havia reconduzido Ednaldo ao cargo em janeiro de 2024 .
O julgamento da ação no STF está previsto para o dia 28 de maio. A decisão do TJ-RJ, que afastou Ednaldo Rodrigues, foi baseada em indícios de falsificação da assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, em um acordo que permitiu a reeleição de Ednaldo até 2030. O desembargador Gabriel Zéfiro declarou nulo o acordo, alegando “incapacidade mental e possível falsificação da assinatura” de Nunes, que enfrenta problemas de saúde desde 2018 .
Com o afastamento de Ednaldo, Fernando Sarney, vice-presidente da CBF e filho do ex-presidente José Sarney, foi nomeado interventor da entidade. Sarney, que rompeu politicamente com Ednaldo e não participou da chapa de reeleição em março, afirmou que não pretende interferir na contratação do técnico Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira. “Não vou mexer com isso, não. O futebol segue a sua vida. Sou apenas transitório”, declarou Sarney .
Esta é a segunda vez que Ednaldo Rodrigues é afastado judicialmente da presidência da CBF. A primeira ocorreu em dezembro de 2023, mas ele retornou ao cargo em janeiro de 2024 por decisão do ministro Gilmar Mendes. A situação atual gera incertezas sobre o futuro da CBF e da Seleção Brasileira, especialmente após a recente confirmação de Carlo Ancelotti como técnico da equipe nacional.
Fonte: Matéria original publicada no ge.globo.com